quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

ABC Da Crítica

"O Lugar do crítico é o lugar do leitor: e, aí, tentar encontrar as questões que o texto coloca a quem o lê, procurando dar-lhes uma resposta, já que a simples leitura não tem esse fim. Se, ao ler a crítica, o leitor tiver encontrado ao menos uma resposta às interrogações que cada obra coloca, o obejectivo da crítica pode dar-se por satisfeito." 
Nuno Júdice, professor universitário de literatura e reconhecido autor de uma vasta obra literária trás-nos neste seu pequeno livro/ensaio o que é, e qual a função da crítica literária.
Este livro não se trata de um "guia" sobre o que se deve ou não fazer na crítica, pelo contrário é um texto sério, talvez mesmo um pouco académico.
No "ABC Da Crítica", Nuno Júdice começa primeiro por explicar qual "o lugar do crítico", o que ele deve de fazer e qual a sua relação e sobretudo imparcialidade com o texto que vai criticar.
Fala-nos também "para que serve a crítica", o que se pode considerar como "cânone literário", é nesta parte onde ele nos explica o que deve ser considerado "Literatura" e "literatura de entretenimento" e onde também dá umas "alfinetadas" ao ensino da literatura em Portugal.
Depois desenvolve a estrutura da crítica e finaliza com o "gosto" e qual a sua influência na crítica e no crítico.
Este livro apesar de pequeno é um pouco complexo e debruçasse não na crítica comercial, (a chamada crítica das estrelinhas) mas sim na crítica séria e até mesmo académica.
Gostei de o ler, elucidou-me sobre alguns aspectos, visto que quer eu queira, quer não, o que faço neste blog não deixa de ser um pouco de crítica literária e deixa-me também mais algumas refencias para fazer melhores "críticas" nos blog.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

"A Pilha"



Aqui está a minha "pilha" de livros a ler, evidentemente que esta "pilha" vai sofrer muitas transformações, com a saída dos livros que são lidos e a entrada de outros novos para ler.
Sendo assim aqui vai a descrição do que consta "A Pilha":

Os 2 livros do topo - "Ulysses", James Joyce e  "Uma Viagem à Índia", Gonçalo M. Tavares, são os que estou a ler actualmente, os seguintes a ler serão:

- "A Raça Maldita" - Marcel Proust (Contos)

- "The Complete Richard Hannay Stories", John Buchan (Colectânea de Livros)

- "Noites na Granja ao pé de Didanka", Nikolai Gogol (Contos)

- "Corsários do Levante", Arturo Pérez-Reverte (Vol. 6 de "As Aventuras do Capitão Alatriste")

- "O Cavalheiro do Gibão Amarelo", Arturo Pérez-Reverte (Vol. 5 de "As Aventuras do Capitão Alatriste")

- "Ao Cair da Noite", Michael Cunningham

- "As Cidades Invisíveis", Italo Calvino

- "Sôbolos Rios Que Vão", António Lobo Antunes

- "Doutor Fausto",Thomas Mann

- "19192, John Dos Passos (Vol. 2 da Trilogia U.S.A.)

- "Paralelo 42", John Dos Passos (Vol. 1 da Trilogia U.S.A.)

- "Aprendiz de Assassino", Robin Hobb (A Saga do Assassino)

- "Karl Marx", Francis Whenn (Biografia)

A ordem de leitura destes livros evidentemente que não vai obedecer a esta ordem aqui exposta mas sim à minha vontade e "apetite" de leitura no momento da escolha.
Nesta lista também não estão incluídos os meus dois projectos de leitura para o ano que vem que são:

- "Em Busca do Tempo Perdido", Marcel Proust (Os 7 volumes editados pela Relógio D'Água e com tradução de Pedro Támen)

- "Guerra e Paz", Lev Tolstoi (Edição do Público ilustrada por Júlio Pomar com prefácio de António Lobo Antunes), cuja leitura já iniciei.

Novas Aquisições


Acabado de chegar via Wook - "1919"- Volume 2 da trilogia U.S.A. de John Dos Passos.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Acabadinhos de receber...


Acabadinhos de receber numa troca de prendas num jantar de amigos

O "Ulisses" de Joyce versão original, o que é óptimo visto que já li a versão traduzida em português agora vou confronta-la com o original e as "Aventuras de Richard Hannay" do escritor britânico John Buchan, talvez o "pai" das histórias de agentes secretos.
Uma curiosidade, a primeira história desta colectânea ("The Complete Richard Hannay Stories"), chama-se "The Thirty-Nine Steps" que seria mais tarde adaptado ao cinema por um senhor chamado Alfred Hitchcock.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

"Compreender a Globalização - O Lexus e a Oliveira" - Thomas L. Friedman


"Compreender a Globalização - O Lexus e a Oliveira" é um daqueles livros que todos nós devíamos ler.
Thomas L. Friedman grande jornalista do New York Times, foi durante muitos anos correspondente em vários países e isso permitiu-lhe observar "em primeira mão" todos os acontecimentos e conhecer os mais importantes intervenientes no advento da globalização e a respectiva transformação socio-económica que daí adveio.
Com uma linguagem bastante simples, sem termos técnicos, mas sem descurar nos pormenores Thomas L. Friedman mostra-nos ao longo de cerca de 500 páginas e num periodo de cerca de dez anos, que vão desde a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria até ao ano 2000, uma série de acontecimentos, políticas e transformações que se deram no mundo e o tornaram no que é hoje.
Neste livro abordam-se temas como o da economia, fala dos grandes bancos, das grandes financeiras, da forma como o dinheiro e o mercado se tornaram tão liberais e a especulação tão terrível que conseguiu derrubar governos e sistemas políticos com as crises económicas como por exemplo o da Indonésia.
Fala também do advento da informática, que permitiu que a comunicação se tornasse mais rápida, e principalmente o grande desenvolvimento da internet, pedra fulcral no sistema da globalização, visto que trouxe a mobilidade, velocidade e facilidade necessária a todas as formas de comércio para vencer nesta época de grande competividade.
Com a globalização veio também o mercado global, as grandes empresas que abrem e fecham sucursais em vários países conforme as condições de mercado e de produtividade e que absorvem as pequenas empresas que não lhes conseguem fazer frente e a influencia que essas mesmas grandes empresas têm nas políticas internas desses mesmos países.
Aborda também problemas como a ecologia e a forma como a globalização e principalmente a americanização se tem vindo a introduzir na sociedade e cultura ocidental, destruindo lentamente costumes e formas de cultura de outros países.
Apesar de já ter sido escrito há dez anos, ainda antes do 11 de Setembro de 2001 que veio mudar também muita coisa, este livro continua actual, principalmente porque atravessamos uma crise muito grave e este livro mostra-nos algumas das razões que contribuiram para isso e também qual o papel de vários intervenientes, como por exemplo os grandes bancos e fundos de investimento que especularam com dinheiro que não existia, as infames agencias de rating e as más políticas económicas de vários países.
Um livro de facto muito interessante e instrutivo, aconselho. 

sábado, 11 de dezembro de 2010

Últimas aquisições!!!


Últimas aquisições!!!
"Doutor Fausto" - Thomas Mann
"Corsários do Levante" - Arturo Pérez-Reverte (livro seis das Aventuras do Capitão Alatriste)
"O Senhor Elliot" - Gonçalo M. Tavares (O mais recente residente deste fabuloso "Bairro")

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Últimas aquisições

Hoje foi um dia muito profícuo na aquisição de novos livros.
Comecei logo o dia, a receber como oferta do meu irmão mais novo, o último livro de António Lobo Antunes - "Sôbolos Rios Que Vão", livro esse que ainda estava em falta para ter todos os livros dele na minha biblioteca.


Depois de almoço e aproveitando ter o dia de hoje de folga e apesar do frio, decidi ir a Lisboa dar um passeio, aproveitando para ir à Trama conhecer a nova loja.
Sendo assim lá rumei eu ao Rato até à livraria Trama.
Chegando à Trama, não consegui entrar, porque a Catarina tinha a entrada "atravancada" de caixas de cartão velhas e estava à espera que as viessem buscar, nisto chegou um senhor numa carrinha e ajudei a Catarina e outro rapaz que penso que seja o Ricardo a pôr as caixas na carrinha.
Por fim entrei e fiquei triste, a "nova"Trama não tem nada a ver com a "antiga", o espaço é muito mais pequeno, os livros estão bem arrumados mas em estantes altíssimas o que dificulta a visão dos títulos, não há aquele espaço onde se podia sentar e apreciar os livros, o barzinho onde inclusivé foi feita uma edição da tertúlia do BBdE também não existe, mas é compreensível, porque a venda de livros em Portugal nomeadamente nestas livrarias independentes não é rentável e por isso torna-se muito difícil sustentar um espaço com condições no meio de Lisboa.
Mesmo assim valeu a pena lá ir, eles são muito simpáticos e há sempre livros de qualidade que não se vêem nas grandes superfícies.
Como devem de calcular não vim de mãos a abanar.
Comprei o livro de poemas "Rusga" de Vasco Gato com edição da própria livraria Trama, o conjunto de contos de Marcel Proust com o nome de "Raça Maldita" e já que estava numa "onda" de contos, comprei também "Noites Na Granja Ao Pé De Dikanka" do escritor Russo Nikolai Gogol.


 Não satisfeito ainda, apanhei o metro até ao Chiado e fui à Bertrand (o oposto da Trama em tudo), onde comprei "Uma Viagem à India" do Gonçalo M. Tavares e o último do escritor Norte-Americano Michael Cunningham - "Ao Cair Da Noite".

 O que vale é que dias como este não acontecem sempre, senão as finanças iam por aí abaixo...

Cesariny


Faz hoje quatro anos que Mário Cesariny partiu.
No dia 26 de Novembro de 2006, Mário Cesariny de Vasconcelos falecia de cancro da próstato aos 83 anos de idade.
Cesariny, um dos maiores poetas e também artista plástico português, foi o grande impulsionador do movimento surrealista em Portugal.
Viveu uma vida conturbada, primeiro na sua juventude porque o pai não queria que ele seguisse o caminho das artes e depois até ao 25 de Abril de 1974 pelo fascismo na figura da PIDE devido aos seus escritos e à sua assumida homossexualidade.
Foi sempre uma pessoa reservada, apenas se dando mais a conhecer ao fim da sua vida, tendo participado inclusivé num documentário em 2004 em que ele "conta" toda a sua vida.
Perdeu-se um grande artista e um grande Homem, mas felizmente a sua arte tanto escrita como pictórica perdura, sendo até no caso da literatura reeditada várias vezes para  a podermos apreciar e lê-la.
Deixo um pequeno poema dele:

"Em todas as ruas te encontro"


"Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco"

Mário Cesariny

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Parabéns José Saramago


Se fosse vivo, José Saramago faria hoje 88 anos de idade, mas infelizmente deixou-nos há poucos meses atrás.
Saramago como todos sabem e apesar de todas as polémicas que rodearam a sua vida foi um grande escritor, um grande pensador, deixou-nos livros fabulosos como o "Memorial do Convento" ou o "Ensaio Sobre a Cegueira" e pôs a língua Portuguesa de novo no "mapa" literário mundial, sendo laureado com o Prémio Nobel da Literatura em 1998.
Eu pessoalmente sou um grande apreciador de Saramago, naturalmente discordei com algumas intervenções mas concordei com outras.
A sua morte foi uma grande perda tanto para Portugal como para o mundo mas o que interessa em pessoas como o Saramago é que a sua obra irá perdurar, por isso...
Feliz aniversário José Saramago!!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

"A Consciência de Zeno" - Italo Svevo

Um dos vários livros que li ultimamente e neste (infelizmente) largo periodo em que não postei nada aqui no blog, foi este "A Consciência de Zeno" do escritor Triestino Italo Svevo.
Esta edição que li é a da Dom Quixote e faz parte da colecção "Biblioteca Lobo Antunes" que são livros por ele escolhidos e por ele prefaciados.
Antes de falar do livro e da estória do mesmo, vou falar um pouco do seu autor, Italo Svevo.
Italo Svevo nasceu na cidade (agora) italiana de Trieste nos anos sessenta do sec. XIX, o seu nome verdadeiro é Aron Ettore Schmitz, adoptando mais tarde o pseudónimo de Italo Svevo pelo qual ficou conhecido.
Infelizmente enquanto Svevo foi vivo, a sua obra não foi reconhecida, razão pela qual ele nos deixou tão poucos livros, apesar de tudo e como "há razões que a própria razão desconhece", Svevo teve a sorte de ter como seu professor/explicador de ingles James Joyce, que leu alguns dos seus textos e reconheceu logo o enorme talento que Svevo tinha. Joyce e Svevo traduziram esta obra para francês, para ser publicada em Paris onde conheceu algum sucesso mas apesar disso tudo, como atrás disse a carreira literária de Svevo foi muito pequena porque ele se dedicava mais aos seus negócios do que à literatura.
Felizmente deixou-nos esta grande obra, de uma enorme qualidade mas ao mesmo tempo divertida e irónica.
O livro trás-nos a "biografia" de Zeno Cosini que na sua luta interminável para deixar de fumar procura a ajuda de um psicanalista e este sugere-lhe como forma de tratamento que ele escreva a história da sua vida e que com isso descubra a razão pela qual não consegue deixar de fumar.
A partir daqui e sempre com um relação de amor/ódio com o psicólogo Zeno vai descrever toda a sua vida, num tom semi cómico e irónico ele relata as peripécias que passou, desde o relacionamento com o seu pai, a escolha da sua esposa, a sua (não) queda para os negócios, as atribulações com as amantes e a sua velhice.
O livro é absolutamente delicioso, com passagens extremamente divertidas e bastante fácil de se ler.
Lobo Antunes deixou-nos este pequeno resumo que mostra bem o que o livro é.

"A Consciência de Zeno é um livro magnífico, todo em contenção apesar dos abandonos aparentes. É muito curiosa a forma como o autor pega e larga no texto que começa pela vontade de um homem em deixar de fumar e que Svevo, frase a frase, transforma numa vida inteira, através de uma escrita personalíssima."
António Lobo Antunes

De facto é sem dúvida um livro que vale a pena ler.

sábado, 25 de setembro de 2010

Booktrailer: Marina de Carlos Ruiz Zafón



Dia 30 de Setembro - "Marina" de Carlos Ruiz Zafón - finalmente!!!!!!

sábado, 11 de setembro de 2010

Berlim Alexander-Platz - Alfred Doblin


Como disse no post anterior sobre o "Fédon" de Platão, um dos livros que li recentemente depois de "O Homem Sem Qualidades" de Musil foi este excelente "Berlim Alexander-Platz" de Alfred Doblin.
Tal como é referido na capa desta edição, este livro está considerado "Um dos 100 livros mais importantes de sempre. Uma obra-prima da literatura."
"Berlim Alexander-Platz" trás-nos a estória de Franz Biberkopf, "...trabalhador dos cimentos e mais tarde do transporte de mobílias..." que após cumprir uma pena de quatro anos de prisão por ter morto à "porrada" a sua companheira volta de novo à liberdade e à cidade de Berlim, com a firme resolução "de se manter decente" e a sua luta para que isso aconteça.
O livro começa com a saída da prisão de Franz e logo aí começam as suas dificuldades, a estranheza que ele sente, o "esmagamento" que a cidade lhe provoca devido à sua dimensão e tudo isso leva-o a ter um ataque de panico, durante esse ataque ele conhece um judeu que o ajuda a voltar à realidade e nesse encontro que ele toma a resolução de se manter um "Homem decente", viver sem ter ou causar problemas.
Naturalmente que na Berlim do final dos anos 20, envolvida numa grande crise e mudanças tanto sociais como políticas e económicas devido à derrota na I Guerra Mundial e às resoluções sobre ela tomadas no Tratado de Versailles, não é fácil isso acontecer.
Franz que apesar de ser um homem grande e forte é um pouco ingénuo e envolve-se com pessoas que não são o que ele julga.
Uma dessas personagens é Reinhold um jovem com um temperamento terrível que pertence a um bando de criminosos. É devido a esse  Reinhold que toda a vida de Franz vai mudar, é por causa dele que vai perder um braço, é por causa dele que vai perder Mieze, uma jovem prostituta que se apaixona por Franz e que o ajuda a "Manter-se decente".
Pode-se pensar que é um exagero a crítica que vem na capa e com a qual iniciei este post, mas não é, este livro tem uma escrita única, uma cadência de texto extraordinária, muito visual, descreve a cidade de Berlim, principalmente a zona de acção de Franz de uma forma que nunca li, através de pequenas estórias, acontecimentos e até mesmo notícias de jornais que são intercaladas na estória principal.
Por alguma razão este livro já foi adaptado várias vezes ao cinema, sendo que uma delas numa obra monumental de cerca de 15 horas (que eu tenho em DVD), pela mão do não menos famoso realizador alemão Rainer Werner Fassbinder.
Tal como Dublin no "Ulisses" de James Joyce é a principal personagem, neste livro é a cidade de Berlin e a sua sociedade em particular a baixa sociedade, os pequenos criminosos, prostitutas, vigaristas que com os seus vícios, actos e até mesmo com a sua linguagem em gíria que são o principal personagem e que dão vida a este livro.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Fédon - Platão




Depois de ler "O Homem Sem Qualidades" e "Berlim AlexanderPlatz" (livro sobre o qual também irei postar brevemente a minha opinião neste blog), decidi ler uma obra mais pequena para "desanuviar" e sendo assim escolhi um dos melhores textos/diálogos escrito por um dos pais da filosofia; o "Fédon" de Platão
Neste livro "Fédon", Platão vai falar acerca da imortalidade da alma e para isso vai "pegar" no último dia de vida do seu mestre e também "pai" da filosofia; Sócrates e numa suposta conversa que ele teve sobre esse tema com os seus discípulos antes de morrer. (Sócrates foi condenado por um tribunal de Atenas a suicidar-se com veneno, acusado de "desviar" e "corromper" a juventude Ateniense com as suas ideias filosóficas).
O argumento é simples, começa tempos depois da morte de Sócrates, em que Fédon um dos discípulos presentes nesse dia, cruza-se com Equécrates e é interrogado pelo mesmo sobre o que Sócrates disse nesse seu último dia de vida, a partir daí Platão usa Fédon para reproduzir o diálogo e expressar na pessoa de Sócrates as suas teorias sobre a imortalidade da alma.
O diálogo tal como é normal em Platão é bastante coeso e fluído e no qual através da argumentação, da retórica e da utilização constante de premissas é justificada e explicada a imortalidade da alma e a pureza daqueles que tal como Sócrates que "renegaram" os prazeres carnais e apenas se dedicaram pura e exclusivamente à filosofia atigindo com isso a perfeição e a imortalidade.
Faz também uma descrição do que seria na ideia dele o "Hades" mundo para o qual as almas iriam após a morte dos corpos onde habitavam e para onde essas mesmas almas seriam conduzidas conforme o seu comportamento em vida. (Aqui vê-se uma grande parecença com as crenças cristãs, visto que também existem três locais distintos para as almas serem encaminhadas, uma espécie de "Inferno", "Purgatório" e "Paraíso" gregos.
O edição que li é a da "Guimarães Editores" da Colecção Filosofia & Ensaios, tamanho de bolso mas sem descurar a qualidade. Para além do diálogo propriamente dito, o livro contém também um prefácio/introdução exaustivo que explica e situa a obra e Platão no espaço e no tempo, explica a divisão do diálogo e as ideias principais sobre o tema, além deste prefácio/introdução o próprio texto é acompanhado de notas que ajudam a perceber e a situar-nos sobre as ideias expressas mas também na mitologia grega e outras teorias filosóficas gregas que tanto podem refutar como apoiar as de Platão.
Um pequeno livro mas sem dúvida um texto extraordinário, que apesar de já ter milhares de anos não deixa de impressionar quem o lê, mesmo aqueles que tal como eu apenas têm o conhecimento filosófico de "secundária".

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O Homem Sem Qualidades Vol. I, II e III - Robert Musil


Depois de 1832 páginas divididas por três volumes, dei por concluida a leitura dessa épica e infelizmente tão desconhecida obra da literatura mundial do séc. XX que é "O Homem Sem Qualidades" de Robert Musil.
Robert Musil escritor Austríaco, contemporâneo de escritores germânicos como Thomas Mann ou Kafka, dedicou grande parte da sua vida a esta obra nunca chegando a termina-la.
"O Homem Sem Qualidades" é descrito pelo próprio Musil como um "não-romance"e um "um laboratório de possibilidades", devido à sua grandeza (tanto em tamanho físico como em qualidade literária) e à sua inconclusão.
A acção decorre na Viena do início do séc. XX mais propriamente em 1914, imediatamente antes da I Guerra Mundial que levou ao fim e ao desmembramento do Império Austro-Húngaro e traz a estória de Ulrich e da sua irmã Agathe e da sua relação tanto pessoal entre ambos como com o resto do mundo e da sociedade.
No primeiro volume (e maior) temos Ulrich um jovem não rico mas bem na vida, matemático, extremamente inteligente e pragmático mas sem ambições e preocupações que decide tirar umas "férias" até descobrir algo que realmente o empolgue.
De repente e sem querer vê-se envolvido numa "Acção Paralela", organizada pelo Conde de Leinsdorf que visa a comemoração do aniversário do Arquiduque Francisco.
Devido ao seu envolvimento nessa "Acção Paralela", Ulrich conhece a sua prima Diotima, também ela grande impulsionadora e mentora da "Acção Paralela" em cuja casa se realizavam as reuniões dos notáveis para decidir o que fazer.
Paralelamente temos também Clarisse e Walther, amigos de Ulrich que mantêm um casamento atribulado devido à quase insanidade de Clarisse, personagem muito própria que vai colocar questões filosóficas muito pertinentes durante todo o livro entretanto no final do primeiro volume o pai de Ulrich morre e ele reencontra a sua irmã Agathe que já não via há muitos anos.
No segundo volume Ulrich e a irmã Agathe envolvem-se numa relação muito intensa, sendo que ela divorcia-se do marido, vai viver com Ulrich e aos pouco e poucos vão-se afastando da vida em sociedade (deixando inclusivé a "Acção Paralela" e a casa de sua prima Diotima), passando apenas a viverem os dois isolados, lendo e discutindo problemas de "exactidão e alma", neste volume a relação de ambos vai-se tornando tão intensa, tão íntima que deixa sempre o leitor na dúvida sobre o que realmente se passa com eles.
No terceiro volume, temos a continuação da relação de Ulrich e Agathe e excertos, capítulos e partes do livros que ou nunca  foram publicados ou foram alterados nas partes depois publicadas.
Para além da relação de Ulrich e Agathe, Musil aborda um leque vasto de questões, desde a história desse periodo, a política e as lutas independentistas dos vários países que compunham o Império Austro-Húngaro, como questões filosóficas, morais e religiosas.
É de facto um livro "enorme" como atrás referi tanto pelo tamanho como pela qualidade, sem dúvida um dos melhores livros do séc. XX, uma obra monumental que nos obriga a ler com muita calma e que nos põe a pensar sobre muitas questões.
Esta versão portuguesa, da D. Quixote está muito boa, tendo um prefácio que nos intoduz à obra e ao autor mas também aos critérios de organização e tradução da mesma (diga-se já um excelente trabalho), por parte de João Barrento.
Recomendo-o vivamente.


quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Duna

Só para informar que "já cá canta"!!!!
Pelo que já li nos vários blogues que já "analisaram" o livro, parece que foi feito um óptimo trabalho na adaptação e tradução deste livro, estou ansioso de o ler apesar de já conhecer a estória.
Quando o terminar irei aqui deixar a minha opinião.
Abraços

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Se há coisa que eu detesto é ser viciado em leitura e não conseguir ter tempo para ler!!!!!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

"Duna" Finalmente em Português

Uma boa notícia hoje!!!
Como anteriormente disse no post sobre o livro "À Beira do Fim" de Harry Harrison, sou um grande apreciador de ficção científica e hoje ao ler os blogues que sigo sobre livros, descobri que uma das maiores obras de ficção científica vai ser editada agora em Agosto por uma editora portuguesa, nomeadamente a Saída de Emergência".
Essa obra é o "Dune" ("Duna" na edição portuguesa) de Frank Herbert.
"Dune",provavelmente será mais conhecido pelo bem conseguido e fiel filme homónimo de 1984 realizado por David Lynch e com actores como Kyle MacLachlan, Francesca Annis e Sting nos principais papeis e é uma das maiores obras deste género literário, tendo criado (usando "O Senhor dos Anéis" de Tolkien como exemplo), um próprio mundo, uma própria religião e mitos, dando origem a uma série de livros sobre a "Casa Atreides" .
Naturalmente já li este livro, uma edição inglesa mas não vou perder a edição portuguesa.
Se não estiver enganado e pelo que percebi esta edição sai já no dia 6 de Agosto.

domingo, 18 de julho de 2010

2666 - Roberto Bolãno

Finalmente e após um enorme esforço (não por o livro ser mau, mas devido mesmo a falta de tempo), terminei a leitura deste "grande" livro.
"2666" é o livro póstumo e o maior tanto em qualidade como em tamanho do escritor chileno Roberto Bolãno que infelizmente faleceu antes de o terminar, deixando-o incompleto, mas mesmo incompleto não deixa de ser uma obra de grande valor e interesse.
Este livro está dividido em cinco partes, todas elas diferentes umas das outras (inicialmente e por vontade de Bolãno "2666" iria ser publicado sob a forma de cinco volumes, mas após a sua morte e revisão do original a editora decidiu publicá-lo em apenas um volume), mas que no fim se interligam umas nas outras.
Tudo começa com um grupo de quatro professores universitários europeus, especialistas em literatura germânica em que a sua obcessão/busca por um misterioso escritor Alemão com o nome de Benno Von Archimbold, os leva a uma cidade no norte do México junto à fronteira com os Estados Unidos. Cidade essa onde ocorrem uns misteriosos assassinatos de mulheres numa escala nunca vista, tendo também pelo meio a estória de Oscar Fate um jornalista Afro-Americano e a do Professor Almafitano, professor de Filosofia nessa cidade mexicana mais a sua filha.
Ao princípio e como atrás disse, parecem estórias independentes, mas com o continuar da leitura e apanhando as várias "pontas soltas" tudo se vai ligando, até nos levar ao final que infelizmente não existe o que não deixa de ser bom pois assim obriga-nos a imaginar e inventar esse mesmo final, analisando e juntando as pistas que Bolãno nos deixou durante a acção.
Este é um livro grande, tem um pouco mais 1000 páginas mas lê-se bastante bem, a estória como já referi, apesar de incompleta e aparentemente sem ligação, prende-nos à leitura e obriga-nos a pensar e a estar com atenção a essas "pontas soltas" que fazem a ligação entre as diversas partes do livro.
Gostei bastante de o ler, infelizmente não tive tempo para o ler mais depressa mas mesmo assim valeu bem a pena, é um bom livro e eu recomendo-o.

sábado, 19 de junho de 2010

José Saramago

Último adeus a um grande escritor.
O Homem foi-se, mas a obra perdura.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Os Grandes Movimentos Literários Europeus - Francis Claudon

Aqui temos mais um "pequeno, grande livro"
Publicado pelas Publicações Europa-América, na Colecção Saber e em formato de bolso, este livro escrito por Francis Claudon (professor na Universidade Paris XII - Val de Marne de Literatura Comparada), traz de uma forma sucinta, de fácil compreensão e sem elitismos um resumo da história da literatura europeia, desde a Antiguidade Clássica à época contemporânea.
O livro divide-se em vários capítulos, sendo cada um deles respeitante a uma época histórica. Esses capítulos são iniciados primeiramente com um quadro/tabela que traz as datas e os acontecimentos mais importantes desse periodo nas áreas da História, Literatura, Arte e Diversos seguidos depois pelo texto onde fala e explica esses diversos movimentos e correntes literárias que ocorreram na Literatura da Europa.
Nos capítulos também estão inseridos na forma de "caixas", textos sobre os autores ou as obras que mais influenciaram ou marcaram o respectivo periodo ou movimento literário.
Achei este livro uma forma simples mas bastante elucidativa de dar a conhecer a história e os diversos movimentos pelos quais a literatura na Europa passou, influenciou ou transformou, conhecendo também os seus maiores autores e obras literárias.
Recomendo a todos

sábado, 24 de abril de 2010

Últimas aquisições

Tom Waits - Nocturnos

A Morte de Artur Vol. I - Thomas Malory

E a obra - prima de Alfred Doblin - Berlin Alexander-Platz



sexta-feira, 23 de abril de 2010

Dia Mundial do Livro


Comemora-se hoje dia 23 de Abril o Dia Mundial do Livro e claro está que não podia deixar passar em claro esta efeméride.
Aconselho a todos a aproveitarem e a verem as diversas actividades, propostas e ofertas que as livrarias e editoras estão a fazer hoje (principalmente) mas também durante este fim de semana, alusivas ao tema, tal como promoções, trocas de livros, lançamentos,tertúlias e conferências etc.
É sempre de louvar este tipo de iniciativas, não só no dia de hoje mas também durante os restantes dias do ano para incentivar e fomentar o gosto e a divulgação pelos livros e pela leitura em geral.
Aproveito para relembrar que brevemente vai-se realizar a feira do livro em Lisboa, mas depois hei-de fazer um post próprio sobre esse tema.
Eu pessoalmente irei até à Fnac do Chiado onde hoje e amanhã irão estar livros em promoção e trocas de livros usados.
Boas leituras a todos.

domingo, 11 de abril de 2010

Kafka à Beira - Mar


Por vezes há autores que por uma razão ou por outra desconfiamos ao princípio, talvez por serem "best-sellers"e duvidarmos da sua qualidade literária, talvez por serem os autores da moda ou porque ficamos com uma noção errada do tipo de livros que eles escrevem.
Comigo, isso aconteceu com o Haruki Murakami, na altura que os livros dele começaram a fazer sucesso em Portugal, fiquei com a ideia que ele era outro Paulo Coelho, (desde já me perdoem os apreciadores do Paulo Coelho), fiz uma ideia bastante errada do género de escritor que ele era e da qualidade das suas obras.
Há uns tempos atrás enchi-me de coragem e pedi um livro dele por empréstimo, o livro era "A Rapariga que Inventou um Sonho", uma colectânea de contos (género literário que sou grande fã e que serviu de mote também para a leitura desse livro) e dou a "mão à palmatória" fiquei rendido à escrita dele.
Infelizmente devido a inúmeras coisas só recentemente é que me "agarrei" a outro livro dele, (que por acaso me foi oferecido por uma pessoa de quem eu gosto muito) e o livro em questão e de que eu vou falar aqui no blog é o "Kafka à Beira - Mar".
Kafka à Beira - Mar conta a estória de duas personagens que apesar de muito diferentes e sem nunca se conhecerem vão interferir no destino de uma da outra e com isso modificar as suas vidas para sempre.
Kafka Tamura, um jovem de quinze anos, extremamente inteligente e desportista mas completamente solitário, foge de casa. Abandonado pela mãe em pequeno, com um pai que nunca se interessa por ele e sem amigos Kafka decide-se fazer à vida e envereda por um caminho que aos poucos o leva até aos confins tanto do Japão como da sua alma, atormentado pelo seu passado e alterando o seu futuro.
Paralelamente temos Nakata, um idoso, que devido a um estranho acontecimento na sua infãncia perde as faculdades de ler e do conhecimento mas com alguns "dotes" especiais e que por força dos acontecimentos pelos quais é atraído e envolvido sem a sua vontade, segue o mesmo caminho que Kafka.
Murakami é um escritor com uma extrema sensibilidade e imaginação recorre a um imaginário simples mas complexo com o qual transforma as suas estórias e cria uma ambiencia de fantástico e de irreal (para isso também ajuda a própria "imagem" do Japão, com as suas tradições e cultura ancestral), mas ao mesmo tempo verdadeiro, como por exemplo a capacidade de Nakata falar com gatos ou ter como personagens (ir)reais o boneco da marca de whisky Johnnie wlker ou o Coronel Sanders da KFC.
Este livro a meu ver é muito bonito, fala por metáforas das vicissitudes da vida, a solidão, o amor, a perda, a amizade e convida à introspecção.
Fiquei rendido ao Haruki Murakami e ao seu universo.

domingo, 28 de março de 2010

Bicentenário do nascimento de Alexandre Herculano


Faz hoje duzentos anos que nasceu esse grande escritor, humanista e historiador que foi Alexandre Herculano.
Alexandre Herculano a par de Almeida Garrett foi introdutor do género literário Romantismo em Portugal, foi igualmente um grande pensador e Humanista, escreveu a primeira História de Portugal em que foram utilizados métodos científicos e de rigor histórico.
Na sua juventude envolveu-se na guerra civil, participando mesmo na luta armada que opôs os absolutistas partidários de D. Miguel I aos liberais, partidários de D. Pedro IV, lado pelo qual ele como Homem culto e amante da liberdade lutou juntamente com Garrett.
Ao contrário de Garrett nunca quis cargos políticos, acabando mesmo por se "autoexilar" na sua quinta em Vale de Lobos (Santarém) aí acabando por morrer de doença em 1877.
Na sua obra literária podemos destacar os seus romances históricos em que "Eurico o Presbítero" será o seu expoente máximo, para além deste romance realço também "O Bobo" e as fabulosas "Lendas e Narrativas". Herculano também foi um esplêndido poeta apesar de essa sua faceta ser menos conhecida.
Tenho pena que um Homem que tanto deu pelo seu país, tanto na área artística como na científica e social seja tão pouco divulgado e esquecido, o exemplo perfeito disso são as comemorações do bicentenário do seu nascimento em que pouco ou nada foi feito ou divulgado.
Para mais informações sobre Alexandre Herculano deixo o link para o artigo sobre ele na wikipédia que está bastante completo.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alexandre_Herculano
Deixo também um poema para apreciarem
A Graça

Que harmonia suave
É esta, que na mente
Eu sinto murmurar,
Ora profunda e grave,
Ora meiga e cadente,
Ora que faz chorar?
Porque da morte a sombra,
Que para mim em tudo
Negra se reproduz,
Se aclara, e desassombra
Seu gesto carrancudo,
Banhada em branda luz?
Porque no coração
Não sinto pesar tanto
O férreo pé da dor,
E o hino da oração,
Em vez de irado canto,
Me pede íntimo ardor?

És tu, meu anjo, cuja voz divina
Vem consolar a solidão do enfermo,
E a contemplar com placidez o ensina
De curta vida o derradeiro termo?

Oh, sim!, és tu, que na infantil idade,.
Da aurora à frouxa luz,
Me dizias: «Acorda, inocentinho,
Faz o sinal da Cruz.»
És tu, que eu via em sonhos, nesses anos
De inda puro sonhar,
Em nuvem d'ouro e púrpura descendo
Coas roupas a alvejar.
És tu, és tu!, que ao pôr do Sol, na veiga,
Junto ao bosque fremente,
Me contavas mistérios, harmonias
Dos Céus, do mar dormente.
És tu, és tu!, que, lá, nesta alma absorta
Modulavas o canto,
Que de noite, ao luar, sozinho erguia
Ao Deus três vezes santo.
És tu, que eu esqueci na idade ardente
Das paixões juvenis,
E que voltas a mim, sincero amigo,
Quando sou infeliz.
Sinta a tua voz de novo,
Que me revoca a Deus:
Inspira-me a esperança,
Que te seguiu dos Céus!...
Esta é a minha pequena contribuição e homenagem a este grande Homem - Parabéns Herculano!

domingo, 21 de março de 2010

Porque hoje é o Dia Mundial da Poesia

Um Epílogo

Quando estes poemas parecerem velhos,
e for risível a esperança deles:
já foi atraiçoado então o mundo novo,
ansiosamente esperado e conseguido
- e são inevitáveis outros poemas novos,
sinal da nova gravidez da Vida
concebendo, alegre e aflita, mais um mundo novo,
só perfeito e belo aos olhos de seus pais.

E a Vida, prostituta ingénua,
terá, por momentos, olhos maternais.

Jorge de Sena, in 'Coroa da Terra'

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Livros para os Açores




Boas, espero que o Natal e a entrada neste novo ano de 2010 tenha corrido da melhor maneira possível e na companhia de quem mais gostam.
Tal como já falei no PipasBlog, encontro-me desde dia 30 de Dezembro do ano passado no Arquipélago dos Açores por motivos profissionais, só voltando dia 15 de Março deste ano.
Visto passar cá cerca de 2meses e meio, naturalmente tive de me "precaver" a nível de leituras, sendo assim, escolhi estes três livros para me fazer companhia durante a minha estadia nas ilhas.
Iniciei as leituras com um grande nome da escrita do séc. XX, tão injustamente esquecido mas que actualmente felizmente voltou às estantes de tanta gente, Robert Musil com o seu aclamado "O Homem Sem Qualidades", tenho comigo o 1º e 2º volumes, e vou adquirir também o 3º que saiu recentemente para ler a obra completa.
Após terminar "O Homem Sem Qualidades", passo para a revelação literária do ano passado, "2666" de Roberto Bolãno que tanto e tão bem ouvi falar, por fim e se ainda tiver tempo, trouxe também "A Sétima Porta" de Richard Zimler o mais Português dos escritores Norte - Americanos, cujos livros nomeadamente os romances históricos também me agradam muito.
Outro projecto que tenho a nível literário para este ano vai ser contabilizar os livros e as páginas lidas durante o ano, fazendo no final do mesmo um balanço.
Naturalmente que após a leitura dos respectivos livros cá irei deixar a minha opinião e comentário sobre os mesmos aqui no blog.
Fiquem bem.